Susana Barroso
Psicologia Clínica · Psicoterapia
Consultas de Psicologia e Psicoterapia · Avaliação Psicológica
Clínica do Adulto
“Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas.” (António Lobo Antunes)
Existem várias razões para que grande parte das pessoas tenha relutância em procurar um Psicólogo e fazer Psicoterapia, entre elas a ideia de que é "coisa de loucos", de pessoas frágeis ou que só faz sentido para quem está num sofrimento agudo.
Há também uma certa desconfiança pelo facto de ser uma situação nova/estranha, a de se ficar a sós com alguém desconhecido e falar sobre questões íntimas.
De facto, conhecer os fios com que se cose a nossa intimidade e dá-los a conhecer a outra pessoa pode parecer assustador. Fomos intuindo desde muito cedo, através das respostas aos nossos gestos outrora espontâneos, quais as emoções e outras manifestações do nosso Ser bem vindas, que podiam ser tranquilamente mostradas e até apreciadas, e quais os aspectos que devíamos reprimir e ocultar por pressentirmos a inexistência de um colo para essas partes menos desejáveis. Começamos por esconder dos outros e mais tarde, com a força do hábito, até de nós próprios. Porém, essas partes que aprendemos a julgar como menos "bonitas", não são por isso menos verdadeiras. São profundamente humanas e conferem-nos Humanidade.
Quando nos tornamos capazes de olhar para dentro, de reconhecer as complexas nuances do nosso íntimo, ainda que tentados a varrê-las para um quarto escuro da nossa consciência, e de falar sobre os nossos conflitos, alargamos a compreensão sobre nós e podemos utilizar essa compreensão na construção de uma relação mais harmoniosa connosco próprios e com os outros. Podemos enfim deixar de viver em "piloto automático" e de perpetuar formas de estar que nos deixa infelizes. Vamos perdendo o receio de nos darmos ao outro, com as nossas virtudes mas também com as nossas vulnerabilidades.
Em suma, ganhamos a possibilidade de nos ligarmos de verdade e com a nossa Verdade ao Outro, de curarmos velhas feridas, de retomarmos sonhos antigos, de sonharmos novos sonhos, de crescermos e tornarmo-nos pessoas mais plenas.
Além da Psicoterapia, a Avaliação Psicológica e o Aconselhamento Psicológico são as principais modalidades de intervenção do Psicólogo, cuja breve descrição se encontra abaixo.
Avaliação Psicológica
O processo de avaliação psicológica é um método rigoroso de análise do funcionamento psicológico do indivíduo que ocorre durante um número limitado de sessões e envolve a observação e entrevista clínica assim como a aplicação das provas psicológicas necessárias tendo em vista a elaboração de um relatório.
Este processo inicia-se com um pedido que pode advir do próprio; do médico ou de uma instância jurídica.
São exemplos de avaliação psicológica: avaliação dos recursos cognitivos; despiste de ansiedade e depressão; avaliação de personalidade; avaliação de incapacidades para efeitos de reforma; avaliação neuropsicológica; despiste de demência, entre outros.
A avaliação pode ainda constituir-se como a fase inicial de um processo psicoterapêutico, onde são identificadas as problemáticas do adulto e os contornos da intervenção psicoterapêutica.
Aconselhamento Psicológico
O aconselhamento psicológico é uma relação de ajuda que visa uma adaptação mais satisfatória da pessoa que procura um(a) psicólogo(a) à situação em que se encontra e(ou) a um problema específico com que se depara, respeitando os seus valores, recursos pessoais e capacidade de decisão.
Ao contrário do que o nome sugere, aconselhar não é dar conselhos. Aconselhar implica ajudar a pessoa a encontrar soluções, ajudando-a a compreender-se a si e às circunstâncias que enfrenta, potenciando a sua capacidade de tomar decisões. Deste modo, pode dizer-se que a principal finalidade do aconselhamento é promover o bem-estar psicológico e a autonomia da pessoa no confronto com as dificuldades.
O aconselhamento psicológico difere da psicoterapia. As diferenças referem-se a aspectos específicos, tais como o carácter situacional, o enfoque no presente e na resolução de problemas do sujeito, duração mais curta, mais orientado para a acção, entre outros.
Psicoterapia
A psicoterapia é um tipo de terapia que visa o alívio do sofrimento psíquico, um maior bem-estar emocional e(ou) o desenvolvimento pessoal através da expansão do conhecimento que a pessoa possui acerca de si, do seu funcionamento psicológico e de como este influencia a sua percepção e vivência dos acontecimentos.
Trata-se de um processo gradual, com periodicidade regular, no qual a pessoa é convidada a explorar em conjunto com o(a) psicoterapeuta, num ambiente seguro e confidencial, os seus pensamentos e sentimentos.
Através do processo psicoterapêutico é possível alcançar mudanças significativas no modo de funcionamento interno que se repercutem na qualidade das relações interpessoais e na confiança nas capacidades pessoais para lidar com as dificuldades e desafios que vão surgindo ao longo do ciclo de vida.